23/07/2025

Governo, empresários e senadores preparam "última cartada" contra tarifaço

Ações incluem manifestação da US Chamber, anúncio de US$ 7 bilhões em investimentos brasileiros nos EUA e reunião com senador americano que quer "esmagar" o Brasil

Imagem via CNN Newsource

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Por Daniel Rittner / CNN Brasília

O governo brasileiro, empresários e senadores preparam uma "última cartada" na tentativa de evitar a aplicação do tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump. A aplicação das tarifas está prevista para 1º de agosto.  

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A pouco mais de uma semana do "Dia D", o setor privado articula pelo menos duas iniciativas que têm como objetivo sensibilizar a Casa Branca:

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Uma nova carta da US Chamber of Commerce, maior entidade empresarial dos Estados Unidos, com um apelo para que as tarifas não passem a valer e detalhando os potenciais danos à  própria economia americana. A US Chamber já divulgou uma primeira carta na semana passada.

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O anúncio de US$ 7 bilhões em investimentos produtivos de multinacionais brasileiras nos Estados Unidos. Não são projetos necessariamente novos, mas um compilado de ações em andamento ou planejadas para os próximos anos. A ideia é mostrar para Trump que o Brasil já tem levado empregos para o país.  O movimento está sendo pensado pelo Fórum de CEOs Brasil-Estados Unidos, que conta com 12 líderes empresariais de cada lado.

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Além disso, a comitiva de senadores brasileiros que vai para Washington no domingo (27) tem uma série de reuniões pedidas com políticos republicanos com acesso a Trump e que podem ajudar no convencimento de não taxar o Brasil. 

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Um dos encontros solicitados é com o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, que tem proximidade com o presidente americano e é um dos maiores defensores de aplicar tarifas adicionais para países que comercializam com a Rússia. 

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Em entrevista à Fox News, nesta segunda-feira (21), Graham defendeu "esmagar as economias" de quem compra "petróleo russo barato". Ele citou Brasil, Índia e China.

Os senadores -- uma comitiva formada por Nelsinho Trad (PSD-MS), Jaques Wagner (PT-BA), Tereza Cristina (PP-MS), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE) e Fernando Farias (MDB-AL) -- querem levar uma mensagem para Graham e outros congressistas.

O recado é que, se os Estados Unidos optarem por um tarifaço contra o Brasil, podem aumentar a influência da China na economia local e jogar o país cada vez mais no colo dos asiáticos -- provocando o efeito contrário do desejado. 

Os senadores também vão encontrar altos executivos de multinacionais americanas, como a Corteva, que pretendem se colocar como aliados do Brasil no tarifaço.

A Corteva é uma união da Dow, DuPont e Pioneer para a venda de sementes agrícolas. Tem o Brasil como um dos principais mercados e vê com apreensão, segundo relatos, a possibilidade de que o governo Lula retalie os Estados Unidos com uma quebra de patentes de suas sementes. Por isso, tem interesse em uma solução negociada entre os dois países.

Finalmente, o governo tem se esforçado em fazer chegar aos americanos que há abertura para negociar alguns pontos de enorme interesse da Casa Branca:

  • Fornecimento seguro de minerais críticos;
  • Aceleração do registro de patentes farmacêuticas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI);
  • Redução da tarifa aplicada pelo Brasil -- atualmente em 18% -- sobre o etanol importado, que afeta a competitividade do etanol de milho americano.

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