Enfermeira enviou 'SOS' para amiga antes de ser morta em Fortaleza; namorado é denunciado pelo MPCE

A denúncia do Ministério Público aponta que o Matheus Anthony não aceitou a intenção de Clarissa Gomes de terminar o relacionamento amoroso

Foto reprodução

PUBLICIDADE

Por Messeias Borges / Diário do Nordeste

O gestor ambiental Matheus Anthony Lima Martins Queiroz, de 26 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) pelo feminicídio que vitimou a namorada, a enfermeira Clarissa Costa Gomes, 31, no bairro Jardim Cearense, em Fortaleza, no dia 9 de julho deste ano. A vítima chegou a mandar uma mensagem com os dizeres S.O.S para uma amiga, mas a colega de trabalho acreditou que Clarissa estava se referindo ao assunto tratado minutos antes em uma reunião.

PUBLICIDADE

O processo que apura o crime integra o Programa Tempo de Justiça - que visa dar celeridade a ações penais de crimes dolosos contra à vida no Ceará. A Polícia Civil do Ceará (PCCE) concluiu o inquérito em seis dias após o assassinato e o Ministério Público realizou a denúncia, em mais dois dias, nesta quinta-feira (17).

PUBLICIDADE

Na denúncia, que a reportagem teve acesso, o MPCE detalhou que a vítima e o réu namoraram por cerca de 2 anos, "relacionamento este marcado por ciúmes por parte do réu para com a vítima, sendo que algumas pessoas próximas à vítima já haviam reconhecido sinais de que se tratava de um relacionamento abusivo e possessivo, bem como perceberam mudança de comportamento da vítima, que se tornou mais fechada e introvertida".

PUBLICIDADE

"Recentemente, em junho de 2025, a vítima havia confidenciado a duas amigas que pretendia terminar o relacionamento com Matheus", completou. As investigações apontaram que o crime foi cometido após uma tentativa de Clarissa terminar o namoro.

PUBLICIDADE

A defesa de Matheus Anthony não foi localizada para comentar o caso e a denúncia do Ministério Público. O espaço segue aberto e a matéria será atualizada, se houver manifestação da defesa.

PUBLICIDADE

O DIA DO CRIME

Conforme a denúncia do MPCE, Clarissa Gomes e Matheus Anthony Queiroz chegaram à casa dela, na Rua 4, por volta de 13h30 de 9 de julho último. O laudo pericial apontou que eles tiveram relação sexual.

Por volta das 14h, Clarissa participou de uma reunião virtual de trabalho, "em que a vítima não ligou a câmera nem o áudio, tendo apenas mandado mensagem escrita", segundo o MPCE. "Após o término da reunião, por volta das 15h00, Clarissa mandou para uma das pessoas que estava nessa reunião em que escrevia 'SOS'".

Entretanto, a pessoa que recebeu a mensagem "acreditou que a mensagem dizia respeito ao conteúdo da reunião". Nos minutos seguintes, vizinhos de Clarissa ouviram uma mulher gritar "Me solta, vai me matar!", mas também não reagiram a tempo.

34

facadas foram desferidas contra Clarissa Costa Gomes, em várias partes do corpo, segundo laudo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), que também apontou "sinais de que a vítima também foi espancada antes de sua morte".

O MPCE denunciou Matheus Anthony Lima Martins Queiroz por feminicídio consumado, incidindo as causas de aumento de pena em razão da utilização de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima, com motivação torpe.

Na denúncia, o promotor de Justiça também solicitou à Justiça que a Pefoce envie o laudo do cartão de memória de um circuito de câmeras de segurança; e que a Polícia Civil remeta um relatório técnico da análise do aparelho celular da vítima.