O valor equivale a 33 anos de pensão, que teria sido obtida com documentos falsificados. Fraude foi denunciada pela avó da acusada, em 2021Foto reprodução arquivo familiar
Conforme a ação penal, a ré falsificou documentos e assumiu a identidade de Ana Lucia Zarate, para obter uma pensão em nome do seu tio-avô, um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. O militar morreu em outubro de 1988, e a acusada recebeu a pensão entre novembro de 1988 e 2022.
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A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa de Ana Lúcia, pediu a absolvição da ré sob a alegação de "ausência de intenção", pois o registro da mulher como filha do militar foi feito quando ela ainda era menor de idade.
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A corte do STM negou, por unanimidade, o recurso de apelação apresentado pela defesa. A ação teve como relator o ministro Odilson Sampaio Benzi.
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COMO ACONTECEU A FRAUDE
A fraude teria se originado em setembro de 1986, quando Ana Lucia, ainda menor de idade, foi registrada em um cartório de Campo Grande como sendo filha de Vicente Zarate e Natila Ruiz. Com a nova documentação, ela obteve também outra Carteira de Identidade e outro Cadastro de Pessoa Física (CPF).
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Com os novos documentos, Ana Lucia requereu habilitação como pensionista de Vicente Zarate na Seção do Serviço de Inativos e Pensionistas (SSIP 9) do Exército Brasileiro. O pedido foi aceito, e a mulher passou a receber pensão integral como filha de segundo sargento, ainda em 1988.
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A mulher continuou a receber a pensão até 2022, quando foi denunciada. O prejuízo causado totalizou R$3,7 milhões, segundo a Justiça Militar.
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Ana Lucia foi denunciada pela avó paterna, Conceição Galache, que teria ajudado na obtenção dos documentos fraudulentos, em troca de receber parte da pensão. Entretanto, a avó começou a cobrar mais dinheiro e não foi atendida pela neta. Em 2021, ela procurou a Polícia Civil e a Administração Militar para denunciar a fraude.
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