Por Magno Martins
O tenente da PM Henrique Otavio Oliveira, 30 anos, se
entregou se na Corregedoria da corporação no início da noite de hoje e foi
preso. Segundo o delegado-geral da Polícia Civil São Paulo, Osvaldo Nico
Gonçalves, o suspeito de atirar na cabeça do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo,
durante a madrugada, em um show do grupo Pixote, no Clube Sírio, na zona sul de
São Paulo, está sendo levando para a delegacia.
PUBLICIDADE
No fim da tarde, a Justiça havia concedido a prisão temporária de 30
dias do policial militar. O atleta teve a morte cerebral constatada. O caso é
investigado pelo 16° DP (Vila Clementino). As informações são da Folha de
S.Paulo.
PUBLICIDADE
O suspeito de ter disparado o tiro estava de folga no momento do crime.
O advogado da família de Lo, Ivã Siqueira Junior, afirma que, segundo
testemunhas, os dois se desentenderam após Oliveira entrar na roda de amigos de
Lo, pegar uma garrafa de bebida e começar a chacoalhá-la. Ele estaria encarando
o lutador, como forma de provocação.
PUBLICIDADE
Lo teria, então, derrubado o homem e o imobilizado. Outras pessoas se
aproximaram e separaram a briga, sem ter havido agressões, segundo relatos de
testemunhas às quais o advogado da família teve acesso.
PUBLICIDADE
O homem teria, então, sacado uma arma e, de frente para Lo, atirado uma
única vez na cabeça do lutador, que foi atingido na testa. O atirador teria
ainda chutado duas vezes a cabeça de Lo, enquanto este estava caído no chão,
segundo colegas do campeão mundial.
Lo chegou a receber os primeiros socorros de um médico no local, que
buscou reanimá-lo e, em seguida, foi levado ao Hospital Municipal Dr. Arthur
Ribeiro de Saboya, na zona sul.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma que a Polícia
Militar lamenta o ocorrido. “A instituição instaurou uma apuração
administrativa e colabora com as buscas para localizar o autor”, informa o
órgão.
HISTÓRICO DO POLICIAL
O tenente da Polícia Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo já tinha no
histórico o envolvimento em outra confusão há cinco anos. Na época, ele foi
acusado por outros policiais de agressão e desacato em uma casa noturna da
capital.
Segundo a denúncia recebida pela 1ª Auditoria da Justiça Militar, no dia
27 de outubro de 2017, por volta das 4h20, Velozo estava na casa noturna The
Week, na Lapa, zona oeste, de folga, quando praticou violência contra outro
oficial de nível hierárquico inferior, ao desferir socos em um soldado que
havia sido chamado para atender a uma ocorrência no local.
Segundo a acusação, PMs foram acionados ao endereço após Velozo se
envolver em uma confusão no interior da balada. Ele alega que apenas agiu para
separar sete pessoas que agrediam a um primo seu.
“Em dado momento, o soldado [a reportagem suprimiu o nome do policial]
se afastou do denunciado e esticou o braço, em nítida intenção de mantê-lo a
distância. Neste instante, o tenente Velozo desferiu um soco no braço do
soldado. Em seguida, o denunciado desferiu outro soco, visando acertar o rosto
soldado”, cita trecho da denúncia.
Se mostrando “exaltado” e “nervoso”, Velozo teria então passado a
agredir verbalmente um outro tenente que chegou ao local, dizendo: “você é meu
recruta”, “seu covarde”, além de diversos palavrões.
O Ministério Público optou pela condenação de Velozo por ter praticado
violência contra inferior, pelos socos dados contra o soldado, e por desacato.
No entanto, o tenente Velozo foi absolvido das duas acusações. Houve recurso da
decisão, e o processo está em análise na segunda instância no Tribunal de
Justiça Militar de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário